Maldito nr. que me persegue, maldito nome com 5 letras que me preenche a mão por completo.
Estou apaixonada e disso não consigo deixar de ter dúvidas.
Por vezes não me lembro tanto de ti, talvez por me tentar abstrair de tudo, todos os momentos passados, mas chego à conclusão que estou apenas a fechar os olhos.
Posso não espreitar tantas vezes e da maneira mais correcta no teu nome, nas tuas fotografias coladas no quarto, no teu sorriso, nas tuas palavras mas, em menos de uma hora, lá estou eu a pensar em ti, como éramos, o que fazíamos, como esboçavas um sorriso só para me ver feliz, o que me sussurravas ao ouvido para me sentir bem.
Nunca tencionaste receber só carinho, tentaste sempre proporcionar-me os melhores momentos, dar-me prazer, fazias-me sentir bem assim, a desejar sempre por mais.
Consigo lembrar-me de todos os momentos que passámos juntos, não escapa nenhum e todos eles foram demasiado bons para agora pensar na forma como mudaste, como me deixaste sem rumo.
Era tudo tão diferente, tão específico, uma riqueza tamanha, possivelmente por tudo isso, eu não consiga deixar de defender a tua existência, todas as tuas características, por mais que me façam entender que és um monstro, até tu próprio o fazes entender.
Que posso fazer? E porquê?
Porque é que tudo correu mal? Porque é que connosco não funcionou como eu queria? Ou como eu e tu, um dia, queríamos?
Nunca existia razão para te mandar abaixo, para discutirmos, era como se fosse o auge, eu e tu, dava certo, era fenomenal.
Talvez serei ridícula ao dizer que só te quero a ti, que só tu é que me cativas de verdade, só tu me fazias feliz todos os santos dias, sem nunca ter razão para discutir, por mais que houvesse vontade ou qualquer tipo de ideia, era quase como a palavra “perfeito”, nunca existiram defeitos para te impor, era isso que me irritava em ti... talvez este seria um defeito, um pouco improvável de se usar.
Por mais que tente deixar-te de lado, só em ti consigo encontrar aquele carinho, telepatia, simplicidade, felicidade, cumplicidade, aliás, a confiança que tinha e ainda hoje tenho em ti, sei que posso contar contigo para tudo e sei que contigo, perto de ti, sou feliz.
Ainda hoje, acordei e pensei “é hoje, hoje será o dia que o vou esquecer, eu consigo, pois eu quero!”, mas logo que cheguei a casa deitei-me na cama sem querer sair de lá, como se o mundo tivesse a cair por todos os lados, menos ali.
Acabo sempre por adormecer lavada em lágrimas, talvez de sangue, apenas porque o teu perfume, o teu cheiro característico, não me sai do nariz, é intenso, como o teu casccol, como a brisa do mar.
Se eu pudesse mudava tudo, o primeiro olhar, o primeiro toque e o primeiro beijo, apagaria todos os momentos e palavras reveladas.
Sempre me tentaste enganar com todas as frases feitas e ilustradas, tentei nunca cair em ti, mas o desejo era tão maior quanto a vontade e duas palavras tão complexas e complementares, juntas, deixam que tudo caia sobre elas para que passem por cima de tudo e todos.
Contudo, todas as vezes que te respondi de forma negativa, talvez queria ter dito SIM e o esforço para te dizer NÃO fosse gigante, pois ao pé de ti sempre me senti pequena e inútil, eras tão grande e ainda és, mas já não é de cabeça.
Não percebo se tudo isto é raiva ou paixão, até poderia nem ser nenhum deles mas conseguiste retirar muito de mim e nunca o soubeste aproveitar com o devido respeito, mas um dia tudo vai voltar, nem que seja noutra vida; um dia vais-te arrepender de tudo e perceber o quanto erraste comigo, connosco, nesse dia vais querer voltar atrás com as palavras, com as tuas próprias acções e irás perguntar se é possível que tudo volte a ser como antes... eu posso responder-te. Porém, nesse dia, até pode ser que eu mude de ideias e tudo comece do zero mas eu gosto de ser diferente e, neste dia, vou lutar para te surpreender como nunca.
Conheci e aprendi tanto contigo, só tive a ganhar, por mais que fossem resultados bons ou maus, mas agora sei que tenho a oportunidade de virar as costas ao passado, pois esse tem de ser deixado no seu lugar, o tempo que já não volta, provavelmente se o tentar transportar para a minha realidade, será pior.
Eu não quero que te afastes, pelo contrário, pois não estou aqui para te julgar, não sou ninguém para o fazer, aliás, tenho que te agradecer todas as tuas mínimas reacções, intensas ou não, me deixavam significativamente bem, logo que de ti nunca esperei só por aquela companhia de noite abafada, apenas te desejava a tempo inteiro como à muito não queria ninguém.
Desculpa!! Sei que não o deveria pedir, mas não aguento lutar mais, pois, hoje, percebi que não mereço nada do que estou a passar, porque se realmente gostasses ou tivesses gostado da minha pessoa, nada disto estaria a acontecer.
Ainda agora percebo... percebo que gostar de ti era simples mas não eficaz e todos os dias que me chateei, por ti, foram em vão.
Sem qualquer dúvida, atinjo o teu foco e entendo que não sou a pessoa que desejas para ti, mas tu vias-me de outra forma, era um prisma completamente estranho e as palavras eram ditas só por ti e todos os pequenos momentos escritos por mim.
Sempre soube que a minha presença na tua vida, por mais insignificante que fosse, era constante e, quando pensei que pudesses deixar de fazer parte da minha vida, todos os dias, mesmo não me sentindo vazia, sabia que havia algo em falta.
Só me trazes lembranças do passado, crises de choro, experiências aterradoras, segredos, culpa... Passavas comigo um aperto, o tempo que eu precisava, de outro modo, era precioso... emprestaste-me sempre o teu calor, davas-me carinho e atenção.
Seguraste-me, um dia, pela mão dentro da tua camisola, senti-me tão bem e soltou-se um arrepio que de início me senti um pouco estranha, algo que me habituei, pois seguraste-me a ausência, a confissão e a dor; estava tanto frio, era uma loja de desporto, não direi algo concreto, pois não quero que saibas que escrevo para ti e, de qualquer forma, escrevo para mim, para me lembrar de ti, que exististe um dia para mim.
Sinto-me uma desgraçada por não te ter comigo, frustrada por não conseguir que sejas meu como eu queria ser só tua e não consigo lidar com a questão que todos os dias me afecta “à quanto tempo não te sentias assim?”, talvez nem me queira esforçar, possivelmente nem queira mesmo chegar a saber e só tento perceber porque existem situações que não encaixam e me chamam de louca por virar a cabeça ao contrário mas eu sei que um dia irei arranjar solução, simplesmente porque eu e tu éramos tudo e digo-te isto porque juntos era perfeito.
Quando te chamo nomes não é com sinceridade, porque me irritas quando fechas os olhos à verdade e, por vezes, é inexplicável conhecer-te tão bem e só ter percebido agora... até porque sempre fui difícil de compreender e lidar, mas, eu própria, merecia muito mais do que tudo o que me deste e, finalmente, HOJE percebo isso e disso estou certa.
Catarina Martins